18/02/2023, 0:00 h
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OPINIÃO
Dizem mal dos governos, do sistema, do regime, mas não têm a mínima noção do que acontece neste belo país banhado por um salgado mar. Os que o dizem são uns maledicentes, uns ingratos, é o que é. Por cá temos um país às direitas, e cada um entenda por direita o que muito bem quiser.
Li, na revista Visão, que 15 famílias portuguesas ficam com 10% da riqueza produzida em Portugal, o que, contas por alto, dá a cada um destes desgraçados agregados familiares a riqueza correspondente a setenta mil habitantes deste rico Portugal.
Uma chulice, dirão alguns. Mas estes só o dizem porque não compreendem as enormes responsabilidades que recaem sobre esta triste gente. Já imaginaram o que é não poder entrar numa tasca, comer uma diária num restaurante popular, fazer férias na Póvoa do Varzim? A sua humildade obriga-os a frequentar outros meios, a comer pratos de chefes enxabidos, a fazerem férias em locais longínquos, quantas vezes com excesso de sol. Quem lhes dera levar uma vida mais simples, conduzir um Opel Corsa em vez da porcaria dum carrão!
Os pobres são pobres porque gostam, por opção, mas estes (coitados!), são-no porque herdaram da família a penosa obrigação de gerir e gastar milhões.
Temos dois milhões de pobres (seriam mais do dobro sem os apoios sociais) e não há governo que cure tamanha chaga, talvez porque só temos políticos incompetentes.
Então, o melhor será entregar também os noventa por cento da restante riqueza nacional a esta gente, para que trate de nós, nos oriente.
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De certeza que eles não vão querer que o povo passe fome, pois, de barriga colada às costas não há trabalhador que consiga render. Assim, de uma assentada, acabava-se com o regabofe da política e com a indiferenciada classe média, ficando-se com as tais famílias ricas do lado de cima e todos os restantes portugueses no extremo de baixo.
Mas nada de exageros, que eu não alinho nessas coisas. Há que deixar espaço para que entrem mais alguns (embora poucos) nesse grupo que assume penosas responsabilidades por todos nós.
E penso já no valor que se acrescentaria ao grupo com a admissão daquela senhora que saiu da administração da TAP levando meio milhão de euros na algibeira; e na atual presidente da mesma empresa que está em vias de receber três milhões de bónus por um desempenho que ninguém sabe como foi; e nuns quantos banqueiros que dobraram os lucros, e…
Finalmente, Portugal seria uma pessoa de bem.
Joaquim António Leal
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