Por
Gazeta Paços de Ferreira

22/08/2022, 23:00 h

129

OLHA A HORA!...

Árbitros – Todos sabemos que emitir juízos com a máxima brevidade de tempo e confirmar o caráter irreversível da decisão tomada, não é tarefa fácil, nem facilmente compreendida.

 

Está na hora!... Vamos iniciar mais uma época desportiva. Espero e desejo que se possa mobilizar num permanente e incessante compromisso entre:

Jogadores – os fiéis interpretes da dinâmica que o desenvolvimento do jogo promove a todo o instante. Aqueles que colocados no estádio, as suas esperanças e medos são expostos em frente de milhares de espectadores e convertem a vontade de vencer numa questão de treino e a maneira de vencer numa questão de honra!... e são tantas as vezes que os jogadores carregam uma cruz duma vida virtualmente fácil, abnegada e talvez incompreendida!...

Treinadores – que estejam sempre disponíveis para medir a autocrítica de forma séria e descomprometida e também capazes de motivar para o triunfo e aceitar o fracasso, e sempre disponíveis para administrar os valores da honestidade e a firmeza das convicções. Procurar ser também bons conselheiros com um modelo de comportamento exemplar, segundo o qual permita corrigir sem ofender e orientar sem humilhar.

Árbitros – Todos sabemos que emitir juízos com a máxima brevidade de tempo e confirmar o caráter irreversível da decisão tomada, não é tarefa fácil, nem facilmente compreendida. É evidente que a crítica ao árbitro é necessária e indispensável. Mas as disponibilidades técnicas do esclarecimento deveriam salvaguardar a sua credibilidade no contexto agonístico do jogo, evitando a todo o custo que a sua figura seja praticamente anulada pelo primado exclusivo da tecnologia.

O estado do comportamento humano do árbitro, a sua personalidade, os seus valores, os seus critérios, deverão prevalecer, porque antes do árbitro está a pessoa. E é por isso que o árbitro deverá ter no jogo uma capacidade de estima e não abuso do poder, que por vezes desorienta quem joga e estimula negativamente quem ao jogo assiste.

Dirigentes – quantos são aqueles que arrancam do seu labor ocasião e forma de protagonizar para o seu clube o tesouro dos maiores entre os grandes?!... Porventura alguns percorrem de forma intempestiva os corredores do poder, vendo no Futebol um exercício compensatório de personalidades frustradas no campo pessoal e profissional, desprezando as regras adjacentes ao bom senso e razão!... Reclama-se um longo caminho a percorrer que o empreendimento desportivo exige no que respeita à competência e profissionalismo dos seus agentes.

Adeptos – que gritam e vibram com o peso da sua bandeira, numa profunda relação de afetos no apoio participativo. Contudo verifica-se de forma frequente situações conflituosas, confirmando ou contrariando expectativas do resultado e de imediato o lugar à cólera e euforia perante as fases mais relevantes: marcação ou não dum penalty, golo falhado, falta inexistente e o estádio transforma-se por vezes numa labareda de opiniões, com efeitos por vezes dramáticos.   

Orçamentos estabelecidos, objetivos formulados, rentabilização de competências e partida para uma nova época, onde se apuram comportamentos, se invocam convicções, se ajustam desejos e todos partem para mais uma viagem de sonho.

Deixemo-nos levar pela imagem dum belo jogo de Futebol. Se repararmos bem, a potencial dinâmica do jogo dispõe de facto de uma magia inigualável … durante 90 minutos é possível condensar muitas histórias e reproduzir muitas graças que a vida nos oferece. Daí um dos seus principais encantos!... 

BOA ÉPOCA!...

 

 

José Neto: Metodólogo de Treino Desportivo; Mestre em Psicologia Desportiva; Doutorado em Ciências do Desporto; Formador Treinadores F.P.F./ U.E.F.A.; Docente Universitário – Universidade da Maia; Embaixador Nacional para a Ética e Fair Play no Desporto.

ASSINE GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA

Opinião

Opinião

Cascas de banana…

17/08/2025

Opinião

De tostão em tostão… se alcança o milhão ou a dimensão colectiva dos direitos do consumidor

13/08/2025

Opinião

A Bolsa de Valores

11/08/2025

Opinião

Gastroparésia: Quando o estômago perde o ritmo

10/08/2025