15/03/2025, 12:05 h
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Opinião Opinião Politica Partido Comunista CRISTIANO RIBEIRO
OPINIÃO POLÍTICA
Por Cristiano Ribeiro (Médico e Militante do PCP)
As lideranças europeias (eu diria, quase todas!) agem freneticamente neste novo ciclo histórico, não por convicção ou vontade racional, mas por um trágico problema de percepção. Perante uma realidade e uma complexidade que as ultrapassam, as contrariam e as dominam, elas sentem o chão terreno desabar e sem apoios libertam os piores demónios. E efabulam.
A Europa por elas construída não consegue resolver os seus dilemas económicos ou éticos. Construída à sombra do liberalismo e do guarda-chuva norte-americano, foi alienando ao longo do tempo valores, cultura e identidades nacionais, em nome do devaneio de um federalismo unificador. E agora órfã, desprotegida, resta-lhe rastejar apregoando uma vitimização de pai anónimo.
No fundo, ninguém quer casar agora com a carochinha. Desindustrializada, sem fontes autónomas de energia, envelhecida, corroída por desigualdades e pela voracidade de um capitalismo sem rosto, a Europa espelha impotência, fragilidade e incoerência.
Perante a perspectiva de uma paz negociada, um cenário realista confirmado pelo presente no território, a Europa mais uma vez saca do livro de cheques ou do castigo punitivo e invoca uma grandeza militar e influência que manifestamente não tem. Os cabos de guerra de uma Europa militarista não convencem os povos que em sucessivos atos eleitorais os remetem para o limbo do esquecimento. A única trincheira onde se combate na Europa é nos gabinetes e nas redações mediáticas.
E resta a sua narrativa, uma percepção da realidade tantas vezes manipulada, tantas vezes assim repetida, e que se alimenta de falsidade a si própria. Uma percepção para cegos, néscios, oportunistas, inescrupulosos farsantes.
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