Não há médicos. Os serviços públicos de saúde reconhecem que não tem profissionais em número suficiente para as necessidades. O que obriga, nomeadamente, a um excesso de trabalho dos existentes. “É quase uma escravatura”, dizia há anos um representante dos médicos.
Mas, a pergunta que se pode fazer é esta: mas onde está a estranheza de não haver médicos em número suficiente?! As faculdades de saúde são todas públicas e as vagas são tão reduzidas que a nota para ter um jovem ter acesso é quase escandalosa. Portanto, não temos hoje médicos porque há décadas que sabemos que são insuficientes as vagas nas faculdades de medicina, todas públicas.
ASSINE GAZETA DE PAÇOS DE FERREIRA
Vivemos este problema há excessivo tempo e sempre ouvimos discursos de quem nos governa de que estão na mesa soluções. O mesmo que agora nos diz o atual ministro. O mesmo que nos disseram todos os que o antecederam. O mesmo que nos vão dizer os próximos.
Em 2017, a título de exemplo, um estudo já concluía que 60,5% dos médicos especialistas diziam estar insatisfeitos ou mesmo muito insatisfeitos com o excesso de horas trabalhadas e 74,1% a queixavam-se do pouco tempo que passavam com a família e amigos.Cinco anos depois, todos os discursos e estudos continuam a dizer o mesmo. As promessas sucedem-se, os governantes também, o problema mantém-se! E nada se faz que altere a grave situação. Que raio!, estamos a falar da nossa saúde!
Somos, neste caso como em tantos outros, um país sempre adiado!
EDUARDO COSTA, Jornalista, presidente da Associação Nacional da Imprensa Regional
Opinião
17/08/2025
Opinião
13/08/2025
Opinião
11/08/2025
Opinião
10/08/2025