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Gazeta Paços de Ferreira

07/06/2025, 9:34 h

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Luis Enrique Conquistou Pela Ideia

Desporto Opinião Pedro Queirós

DESPORTO

"Com quatro portugueses no plantel, Luis Enrique fez a proeza de ter o mundo a apoiar pela primeira vez este PSG versão árabe. E ganhou."

Por Pedro Queirós

 

Não sou um fã do PSG ou, pelo menos, da forma como chegou ao topo. Entrar alguém com bolsos fundos e comprar os melhores não é bem o tipo de sucesso que os adeptos de futebol apreciem.

 

E não deixa de ser irónico que o PSG atinja o topo do futebol europeu, precisamente na época em que abdicou de comprar o sucesso, para construir uma ideia e um projeto sólido.

 

Se investiu milhões? Claro.

 

A qualidade custa muito dinheiro. Mas comprar jovens talentos e peças feitas à medida de um treinador é diferente de contratar Messi, Neymar e Mbappé e meter qualquer um no banco para tomar conta deles durante a semana e ficar de pé no banco ao domingo.

 

Luís Enrique é o cérebro desta conquista.

 

Conseguiu que o proprietário deixasse cair a sua ideia megalómana de ganhar tudo com os melhores, para ganhar tudo com os necessários. Isto é, no futebol não ganham os onze melhores. Ganham os onze que melhor se complementam. E, num onze, ter três jogadores que não defendem, dificulta a tarefa coletiva.

 

 

 

 

Há um ano, o treinador disse que esta equipa seria mais forte sem Mbappé. O tempo deu-lhe razão. Dembélé não é Mbappé, mas tem uma capacidade de ser a figura da equipa sem entrar em lutas de egos no balneário.

 

E Luis Enrique conseguiu descobrir e criar dinâmicas para que a dupla João Neves e Vitinha fizesse toda a equipa andar. Cada jogo é um recital. Uma dupla que podia dar frutos pela seleção, caso tivéssemos um selecionador à altura da equipa que tem.

 

10 anos depois de ganhar o triplete pelo Barcelona e depois de perder uma filha, Luis Enrique voltou a tocar o céu do futebol. E a filha Xana esteve com ele, como os adeptos parisienses fizeram questão de demonstrar numa coreografia no final do jogo.

 

Com quatro portugueses no plantel, Luis Enrique fez a proeza de ter o mundo a apoiar pela primeira vez este PSG versão árabe. E ganhou. Ganhamos todos. E nem é pela versão romântica da história do treinador. Esse é um capítulo que a embeleza. O ponto essencial é que caiu um mito que cada vez se enraizava: os investidores não compram sucesso. Podem dar melhores condições para a construção de um projeto. A partir daí, é futebol.

 

 

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