29/09/2024, 0:00 h
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CONDICIONAMENTO DE PRÁTICA DESPORTIVA E COMPETITIVA
OBS: Em tempos enviei artigo semelhante para a “nossa” Gazeta. Dada a importância da discussão atual, acrescentei mais alguns elementos e anotei na 2ª parte uma referência específica com base na prática desportiva.
I
Entre sorrisos de fidalguia em tempos de festa, surge com frequência um estado lastimável dos continuados flagelos das chamas ilustradas por labaredas de infortúnio que deixam ao redor fumo, cinzas, terror, lágrimas, desconforto e medo, que nos vai queimando a alma.
Mas, mal aparece a notícia “entramos na época dos incêndios”, a história repete-se, para não ser considerada engano!
Até mesmo os próprios comentários de que “ a área ardida até este momento em relação à anterior é inferior a 26% e cerca de 42% abaixo da média dos últimos anos”, para não fugir à regra, vai ajudando a pintar de luto as cores duma história apenas contada para os heróis da festança, que se revêm estimulados para o crime de incendiário, que ou a troco de uns trocos, ou pelo prazer em assistir ao espetáculo das chamas, ou outras razões de ordem passional, abrem o cofre aos figurões do costume, que ordenam e de imediato se escodem por entre lamúrias de hipocrisia e colocam Portugal em termos absolutos com a maior área ardida de todos os países da Europa, repito, em termos absolutos. Acredito que os factos anotados para a causalidade de existirem altas temperaturas, vento, trovoada, etc., possam originar a propagação das chamas, mas o que a notícia nos vai confirmando, é que aparece com frequência a causa como humana do dito incendiário.
O que se nos apresenta em termos de informação é que à custa deste flagelo ambiental, muita gente vê engrossar o património económico: linhas de apoio para cobrir os prejuízos; vendas de produtos de combate; aluguer de aeronaves e outros meios de combate; madeireiros em contas de somar referente ao material ainda aproveitado, deixando o demais em abandono ( ver o estado degradante a paisagem de material ardido na imensidão do pinhal de Leiria, como de outros espaços duma natureza em estado de luto); aumento da frota dos voluntários da paz em tempos de “guerrilha” e respetivos subsídios; conferências de imprensa entre noticiários a tempo inteiro; políticos a reaparecer entre sinais de consolo para quem do sonho duma vida se transforma em pesadelo e … os ladrões continuam à solta, ou quando detetados, ou se submetem a consultas de ordem psiquiátrica ou se vê aplicada uma prisão preventiva, até receber equipamento que permita cumprir a media de coação em sua residência.
Na minha modesta opinião deveriam ser implementados no âmbito preventivo para além da limpeza das matas, abertura de acessos, montagem de postos de vigilância, utilização das novas tecnologias de observação e fiscalização permanente, (câmaras de filmagem e registo), organização de pelotões de combate, etc., … alguns dos quais, creio, que possam já estar em funcionamento.
Para tal, recorrer às forças armadas, (ainda estes dias ouvi que estavam 11 mil militares especializados no combate às chamas …, mas em operações propriamente ditas, onde se encontram?!...).
Também recorrer aos reclusos com RAVE (regime aberto voltado para o exterior) e RAVI (regime aberto voltado para o interior), devidamente acompanhados por guarda prisional, podendo adquirir um subsídio de apoio pela tarefa realizada.
Ainda organizar com apoio das autarquias, grupos de jovens e prepará-los para a vigilância por turnos, sendo colocados em torres de controlo, ou com a utilização das novas tecnologias atrás referidas, com ligação direta ao corpo local de bombeiros, para no caso de fogo detetado, ser acionada uma imediata medida de neutralizar a chama, que deste modo, morreria à nascença.
No caso de observação e deteção de algum pirómano e averiguação séria e transversal do autor, deveria ser imediatamente detido e submetido a prisão efetiva no cumprimento da pena, e cujo tempo estaria subscrita a regras muito específicas, tais como:
- todos os dias lhes deveria ser concedida ferramenta (picareta, enxada…), uma marmita com refeição ligeira e água, e deslocação (vigiada com guarda ou pulseira eletrónica), para espaços ardidos ou não, com a obrigação de abrir caminhos de acesso, limpeza de matagais, e plantação de árvores. Ao final do dia o carro celular recolhia o criminoso com destino à prisão, tendo direito a uma refeição quente e descanso.
Deveria ser-lhe apenas concedida folga aos fins de semana, com direito a visitas, apenas nos casos em que se visse cumprida a tarefa que lhe foi diariamente atribuída.
Seria importante ainda através da comunicação social (imprensa escrita, rádio e televisão) ir informando o ponto da situação quer por via da descrição, quer através da entrevista, anotando as dificuldades do desempenho a converter e expondo publicamente o arrependimento, pelas consequências que originaram a catástrofe e causaram tanta inquietação, servindo de exemplo a nacional de que o crime não compensa.
Dizem-me que isto não está legislado .. é contra a lei, etc. … e eu pergunto: para quando??? Para situações anómalas e urgentes, respostas eficazes!...
É evidente que ficará com a identidade registada e objeto de acompanhamento no decorrer do tempo em que para tal seja necessário e justificado procedimento de eventuais tentativas de novas atrocidades à natureza que nos protege, encanta e envolve.
II
No que respeita ao condicionamento da prática desportiva e competitiva, todos sabemos que o aumento da ventilação induzido pela prática frequente de exercício com caraterísticas de elevada resistência, está associado à indução e manutenção de inflamação mucosa das vias aéreas. A prática do treino e do jogo exige uma elevada capacidade pulmonar que suporte o aumento da frequência respiratória e dos volumes da capacidade vital em resposta à maior e exigente necessidade de oxigenação dos tecidos.
Em relação à atividade desportiva, em condições tão poluentes que tardam a desaparecer, sabemos que a toxidade libertada pelos componentes químicos do fumo dos incêndios, origina uma drástica redução na oxigenação dos músculos e cérebro, afetando de forma copiosa a performance e originando ainda problemas gravosos em termos pulmonares para o futuro.
Treinar e jogar em locais de concentração de gases tão poluentes como os que nos são dados a conhecer, para além dos malefícios já indicados, podemos associar o estado de sonolência com elevado prejuízo à função cognitiva e outras vertentes de caráter neuro funcional, vendo-se diminuir o estado de imunidade.
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No sentido da preservação e promoção da saúde e qualidade de vida dos atletas, algumas medidas de urgência deveriam ser tomadas pelas autoridades político desportivas (federações, associações, clubes), mas o circo está montado, a bilhética difundida, as redes comerciais agigantam-se e o povo gosta!...
Vá lá que surgiu um bom exemplo das Associações de Futebol de Aveiro, Viseu e Porto que decidiram adiar as jornadas dos jogos nos seus distritos no próximo fim de semana, devido às situações causadas pelas labaredas do infortúnio, anotando-se as situações conhecidas por parte de algumas equipas que no micro ciclo desta semana eliminaram os treinos sob as condições de toxidade ambiental, adaptando a realização do esforço a espaços interiores (sem ar poluente), naturalmente com aplicação das metodologias nem sempre mais convenientes para a manutenção e conservação do estado de forma desportiva.
Ainda ressalvar a atitude de nobreza dos princípios dos clubes e instituições que se uniram ao esforço comum no apoio a quem ficou agarrado à dor pela perda da esperança e incerteza do futuro. Mas, perante a desgraça, há sempre quem faça da solidariedade um compromisso e que, tantas vezes quantas as precisas, vai ao fundo da alma e saca o que lhe resta!...
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