10/11/2023, 0:00 h
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Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA
EDUCAÇÃO
Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)
COMENTÁRIO EDUCAÇÃO
A escola começou há cerca de dois meses. Passado este tempo já é possível fazer uma pequena avaliação como tem decorrido.
Como sabem sou professora num Centro Escolar e, por isso, centro-me sempre mais nas dinâmicas do 1º ciclo e do Pré- Escolar.
Um problema anunciado
Logo no início do ano letivo antecipei um problema que, sinceramente, não julguei que se fosse sentir já este ano: a falta de professores. Pois bem, o ano começou e passados dois meses temos lidado diariamente com a falta de professores das AEC. Não tendo bem conhecimento do que se passa nas outras escolas, sei que no nosso Agrupamento ainda não temos alguns professores de Dramática nem de Música.
Em tempo útil a Câmara abriu concurso e os professores foram colocados, mas entretanto desistiram pois foram colocados em melhores condições pelo Ministério da Educação. Posso referir que os meus alunos nunca tiveram Música até ao momento. Sei que já abriu outro concurso e brevemente serão colocados outros professores, mas nada garante que não abandonem novamente.
A entidade promotora, a Câmara, tem feitos todos os esforços para substituir os professores, e é percetível que a área em que há maior oferta é Educação Física.
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Resolução do problema
Este ano não há muito a fazer, mas há que antecipar o próximo. Terá que haver uma concertação de estratégias a nível municipal e as escolas, que têm a competência de definir individualmente a oferta, terão que decidir em conjunto não o que acham que os alunos precisam, mas as áreas para as quais há oferta de professores.
A escolha das áreas das AEC terá que ser revista e terá que ser mais abrangente. Estou sempre a “bater no ceguinho” quando insisto na questão de aproveitar as instituições locais que têm recursos.
Vou dar o exemplo de uma ação/medida de sucesso: Vamos aprender a nadar. Ora, porque tem sucesso e não falha?
Há instalações disponíveis e que são rentabilizadas (as piscinas); há recursos humanos suficientes (professores de Educação Física); há recursos materiais (autocarros). No fundo, rentabilizam-se recursos e vai-se de encontro às necessidades dos alunos.
A estratégia futura terá que passar por ver em conjunto, Escolas e Município, que recursos existem e se podem rentabilizar e então decidir que áreas ou atividades se podem propor, sem que haja falhas ao longo do ano.
A minha sugestão constante
Refiro-me constantemente ao Agrupamento de Pedome, Famalicão. Todas as turmas têm aulas de manhã, das 8h às 13h. De tarde, há as AEC. Fica quem quer. É possível em Paços de Ferreira fazer o mesmo, mas exige uma articulação concelhia entre todos os Agrupamentos, e esse pode ser o primeiro entrave. Depois exige colaboração do Município, pois os gastos poderão subir ligeiramente.
Porque é que eu acho que em Paços é possível? Porque no nosso concelho há uma oferta enorme de atividades desportivas e culturais. O Município já ajuda essas instituições financeiramente, portanto reforçando um pouco com as verbas que vêm do Ministério para as AEC, penso ser possível assegurar que durante as tardes os alunos possam usufruir de atividades variadas mediante os seus gostos e preferências. Com oferta durante a tarde, os alunos sairiam dos grupos turma e inscrever-se-iam nas atividades para as quais têm mais apetência: música, dança, teatro, futebol, voleibol…
A Escola trabalharia de forma articulada com a comunidade local.
Para terminar, e não voltar a este assunto, o problema já existe: é preciso urgentemente resolvê-lo. Não podemos continuar a dizer que oferecemos Música, ou Inglês, ou Dramática como AEC aos alunos e depois na realidade não têm nada disso, a oferta fica mesmo e só no horário (e os pais mais atentos já se deram conta disso).
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