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Gazeta Paços de Ferreira

22/11/2024, 0:00 h

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Diplomas de mérito

Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA

EDUCAÇÃO

No dia 5 de novembro o Agrupamento de Escolas de Frazão organizou a cerimónia de entrega de Diplomas de mérito. A entrega destes prémios nem sempre é consensual na comunidade educativa, e não falo nos alunos, refiro-me mesmo aos pais e demais elementos da comunidade. Quando os “nossos” são distinguidos, achamos muito bem; quando ficam “de fora”, não concordamos com a distinção.

Por Rosário Rocha (Professora do AE Frazão)

 

O que diz a lei

 

 

O Estatuto do aluno refere no seu art.º 7º que o aluno tem a direito a “ver reconhecidos e valorizados o mérito, a dedicação, a assiduidade e o esforço no trabalho e no desempenho escolar e ser estimulado nesse sentido”; “a ver reconhecido o empenhamento em ações meritórias”; “a usufruir de prémios ou apoios e meios complementares que reconheçam e distingam o mérito”.

 

 

Assim, as escolas devem definir os mecanismos para cumprir a lei e, por norma, fazem-no através dos quadros de valor ou mérito, organizando uma cerimónia aberta à comunidade onde é prestado esse reconhecimento.

 

 

Mérito académico

 

 

Claro que o mérito escolar/académico, ou seja, os bons resultados no que às notas diz respeito, é o que mais facilmente é definido. Basta pegar nas pautas do ano letivo e está feita a listagem. Podemos dizer que nem todos têm capacidade para chegar a esse patamar, e por isso há quem não concorde com esta atribuição.

 

 

Eu diria que há tantos outros que têm as mesmas capacidades e não chegam lá, porque não reúnem todos os parâmetros para isso. Conseguir ter boas notas não depende só das capacidades individuais, depende também do comportamento, do esforço e empenho que cada aluno revela. E nós sabemos isso mesmo muitas vezes como pais, quando percebemos que temos filhos igualmente inteligentes, mas um “se amarra mais aos livros do que o outro”.

 

 

Na minha opinião, não se deve desvalorizar o mérito académico, pois excelentes notas exigem muito esforço e abdicação e não apenas e só capacidades inatas.

 

 

 

 

Atitudes meritórias

 

 

Neste parâmetro podem ser distinguidos também vários alunos. Ainda há alguma resistência, até mesmo dos docentes, para reconhecer estes alunos. São alunos que merecem ser reconhecidos pelas suas atitudes e que se distinguem dos demais, pela excecionalidade das suas ações.

 

 

Refiro muitas vezes que não é por serem bem comportados, pois isso é um dever do aluno, mas é, porque a sua ação na comunidade escolar, ou na comunidade local, evidencia altruísmo, que é um valor a reconhecer. São aqueles que dão muito de si, do seu tempo, em prol do outro. São alunos que ultrapassam muitas das suas barreiras intrínsecas, e conseguem chegar onde não seria expectável que chegassem. São exemplos de superação. Felizmente temos alunos assim e esses têm todo o mérito que merece ser reconhecido.

 

 

Mérito desportivo

 

 

No nosso Agrupamento temos a prática de reconhecer também estes alunos. São alunos que participam, por exemplo, no desporto escolar e que levam o nome do nosso Agrupamento a outras paragens. Representam-no com dedicação e empenho, abdicando também do seu tempo pessoal,

 

 

É também através do Desporto que os alunos desenvolvem competências essenciais e dignificam a instituição a que pertencem.

 

 

Outros reconhecimentos

 

 

Reconhecer o mérito de alunos, turmas, instituições nunca deve ser demais. Numa fase em que pouco se reconhece o valor de algo, em que se veicula mais facilmente o negativo, é importantíssimo que se reconheça o positivo, que parece já não ser a norma.

 

 

Considero que pode ainda integrar nestas cerimónias o reconhecimento a todos os alunos e/ou turmas que levam o nome da instituição para fora dos portões, para a comunidade local, regional e até nacional.  

 

 

Ainda falta fazer esse caminho…e tem que começar de dentro!

 

 

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