12/12/2023, 0:00 h
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OPINIÃO
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Definitivamente, terra não é de quem a trabalha, como se acreditou durante uns tempos após a bela Revolução de Abril. No final levou a melhor quem defendia que os bens eram pertença dos herdeiros, ainda que esses mesmos bens tivessem tido origem em saques, em negócios duvidosos, ou mesmo ilícitos, e em nacionalizações decretadas em tempos longínquos por monarcas no final de batalhas travadas pela posse do território.
Em resumo, retiraram-se os campos aos camponeses, entregando-os a quem, em muitos casos, nada fez para os merecer. Será que venceu a lógica, o bom senso, o sentido de justiça ou apenas o poder discricionário do vencedor? Bem ou mal, assim se fez, e cá continuamos, ora apáticos ora deslumbrados, neste maravilhoso país.
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Mas nem sempre a lógica tem assim tanta lógica, pois, quando convém, invertem-se os valores, dá-se o dito pelo não dito e avança-se noutra direção. Há casos – e são imensos – em que a terra nem pertence a quem manobra arduamente o cabo da enxada (exigência de Abril), nem a quem detém o papel oficial que reconhece a posse (herdeiros da coisa). Veja-se os recursos naturais, do solo ou do subsolo, em que quem manda verdadeiramente é quem detém o poder maior, e o resto são palavras com que se embala os mais incautos, que são muitos. Em África, por exemplo, encontram-se alguns dos valiosos recursos que a humanidade conhece e, como se sabe, isso não enriquece o país “proprietário”, muito menos o trabalhador que os extrai da natureza, antes dá mais-valias a alguém estranho ao território em causa. Americanos, russos, chineses e alguns europeus são os verdadeiros, e talvez únicos, beneficiários dessas enormes riquezas, não os povos naturais. Desconfio que todas as guerras que massacram os povos em inúmeros pontos do mundo são consequência destas situações.
Pobres países explorados! Pobres povos que se deixam iludir pelas palavras fofas de líderes hipócritas e sem escrúpulos que, para seu exclusivo proveito, não hesitam em matar, subjugar e empobrecer uma larga parcela da humanidade!
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