15/03/2025, 11:42 h
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Desporto Opinião Pedro Queirós
DESPORTO
Por Pedro Queirós
No primeiro discurso como presidente do órgão máximo do futebol português, o novo presidente assumiu que quer “unir o futebol e torná-lo mais forte”. Apesar de não detalhar o seu plano para que tal aconteça, fez um resumo e disse que quer ser melhor “na governação, na arbitragem e na justiça desportiva, potenciar receitas do futebol português”. Ora, se os outros são o clichê do costume e de já estarmos à espera que pouco ou nada mude, o último ponto é aquele onde há larga margem para mudar. Mas com que ponto de vista?
É que Pedro Proença vem da Liga de Clubes, responsável por organizar a Taça da Liga, que Proença tornou, já nesta época, uma competição elitista, reduzida no número de participantes e voltada para que os maiores clubes chegassem à final four para melhor vender a competição. E não vamos esquecer do esboço para que a mesma competição se internacionalizasse e fosse disputada num país estrangeiro. Para interesse de quem? Dos adeptos não é de certeza, mas que aumentaria as receitas é verdade.
A Premier League é um mundo à parte, mas numa comparação simples e rápida, conseguimos perceber o porquê da liga inglesa se ter tornado na melhor liga do mundo. Rúben Amorim tem um estilo de comunicação apreciado por todos, esteve em Portugal tempo suficiente para ser campeão duas vezes. Quantas entrevistas deu para falar de futebol de uma forma mais livre, para mostrar o seu lado mais humano? De cabeça, deu uma ao ADN de Leão, um programa do Sporting. Quantas já deu desde que está em Manchester, há cerca de meio ano? Várias. Porque em Inglaterra sabem que o acesso aos protagonistas é fundamental para criar ligação entre clube e adeptos. O mesmo se passa com jogadores. Para darem uma entrevista aqui, é preciso um requerimento ao Papa. São vendidos para uma das melhores ligas, rapidamente estão a falar com jornalistas e a aproximar-se de quem faz do futebol aquilo que ele é: os adeptos.
A receita é um resultado de tudo o que está por trás. Quem quer dinheiro fácil, prejudica o processo. Quem quer ganhar no longo prazo, aposta no produto e sabe que o dinheiro acabará por aparecer.
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