15/03/2025, 12:51 h
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Opinião Opinião Politica Política
OPINIÃO POLÍTICA
Por Filipe Rodrigues Fonseca (Engenheiro Informático e Militante do Livre)
Durante a última semana, muito se falou sobre o responsável da atual crise política. O PSD acusa o PS de ser o culpado da crise política ao chumbar uma moção de confiança. Em troca, o PS defende que, ao apresentar a moção de confiança, Montenegro pretende que o país vá a eleições. Havendo eleições legislativas em maio, todos os partidos tentam controlar a ”narrativa” e garantir que o seu adversário é julgado culpado pela instabilidade política. Apesar de até agora não haver um vencedor claro nesta luta de narrativas, o perdedor já está garantido, porque é a população que se tem de submeter a novas eleições.
Por um lado, o PSD apresenta várias falhas no seu discurso. Montenegro falou sobre ser 100% transparente no parlamento quando questionado sobre as atividades da sua empresa. No entanto, passado alguns dias, o mesmo acaba por ter de se enfrentrar quase diariamente com novas acusações relacionadas com a sua empresa Spinumviva. A resposta do atual primeiro-ministro é clara: não responder. Luís Montenegro está, nos últimos dias, a fugir dos jornalistas como um gato foge de água. À medida que as acusações aumentam, o silêncio de Montenegro vai ocupando mais espaço, deixando um sentimento de insegurança nos portugueses.
Por outro lado, Pedro Nuno Santos acusa o governo de não ter capacidade de governar mas pediu a Montenegro para retirar a moção. Se a imagem de um político forte e seguro das suas posições já não encaixava no seu perfil, a última semana ainda a piorou. Desde que a avença da Solverde à Spinumviva foi conhecida, PNS inquiriu de forma extensiva Montenegro sobre os clientes da sua empresa familiar, sem nunca obter resposta. Com isto, PNS defende que o PSD não tem condições para continuar a governar mas pediu, mais tarde, que Montenegro retire a moção de confiança. O secretário-geral do PS é incoerente ao não demonstrar confiança num governo mas querer que o mesmo se mantenha em funções, pois corre o risco de voltar a perder eleições e ter a sua posição em risco no partido.
No meio desta crise política, PSD e PS tentam ambos convencer os portugueses da sua inocência, mas as idiossincrasias de ambos impedem-nos de seduzir os portugueses. Sem um claro vencedor, fica apenas um resultado assegurado: o da instabilidade. Se umas eleições legislativas não mudarem drasticamente a composição parlamentar, como se prevê, o derrotado é a nação, que fica à mercê dos fait divers políticos.
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