15/03/2025, 12:42 h
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Opinião Opinião Politica Juventude Socialista
OPINIÃO POLÍTICA
Por Ana Carvalho (Militante da Juventude Socialista de Paços de Ferreira)
Sempre que ouvimos falar de desinformação pensamos nas gerações mais velhas. Pensamos que nós, enquanto jovens, que crescemos num mundo de tecnologia, somos menos influenciáveis e que temos uma capacidade mais aguçada para detetar informações falsas. Mas será que isto é verdade? Será que os jovens, efetivamente, estão mais preparados para detetar a desinformação?
Os jovens consideram-se perspicazes e capazes de saber distinguir qualquer tipo de fake news de notícias verdadeiras, mas a realidade é que obtemos grande parte das nossas notícias a partir das redes sociais, lemos apenas o título e procuramos, maioritariamente, notícias que comprovem aquilo que queremos ouvir. O que é preocupante é que, segundo um inquérito Eurobarómetro aplicado a jovens entre os 16 e os 30 anos e divulgado neste ano, cerca de 81% dos jovens portugueses pensam já ter sido sujeitos a algum tipo de desinformação. Isso demonstra que os jovens não estão imunes a esta, muito pelo contrário.
Mas onde é que esta desinformação está mais presente? Em assuntos importantes e/ou fraturantes, como o aquecimento global, a saúde e, sobretudo, a política. As notícias falsas criam negacionistas, criam pessoas que se tornam demasiado assustadas para acreditarem nas notícias que provêm de fontes confiáveis. As fake news criam medo e desespero, para alem de sérios riscos para a nossa sociedade.
Tomemos como exemplo a saúde pública, que pode ser ameaçada por fake news, como aconteceu durante a pandemia do covid-19, quando uma grande quantidade de notícias caluniosas surgiu sobre as vacinas desenvolvidas para combater a doença. Para além disso, no que diz respeito à política, partidos extremistas ganham força graças ao medo que colocam nos cidadãos relativamente a minorias, a leis e até em relação a outros partidos. Através deste tipo de notícia manipulada ganham eleitores, principalmente na população mais desinformada e com menos juízo crítico. Muitos jovens estão inseridos nesta categoria, sendo que os votos em partidos com ideais extremistas têm sido uma realidade crescente e preocupante neste grupo etário.
Com o desenvolvimento da inteligência artificial, a difusão de informação manipulada é cada vez mais fácil e nociva, principalmente graças ao recurso a deepfakes.
As fake news são extremamente perigosas e ninguém está livre de se cruzar com elas. Procurar informação de fontes confiáveis e ter um juízo crítico apurado, são medidas essenciais para nos protegermos da desinformação.
A todos nós jovens: lembremo-nos que podemos ser potenciais vítimas da desinformação, mas está nas nossas mãos o poder de decidir cair ou não nela.
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