FRAGILIDADES

Apesar de já serem conhecidos casos destes, com a pandemia e tudo o que lhe está associado, voltamos a tomar conhecimento de duas situações que envergonham qualquer sociedade. Refiro-me à existência de lares ilegais e das condições indignas e degradantes em que vivem muitos imigrantes no nosso país.

A oferta de residências para idosos é escassa para uma população cada vez mais envelhecida e sem condições familiares para um fim de vida com dignidade.

Com as exigências da vida actual, as famílias precisam de Estruturas Residenciais para Pessoas Idosas (ERPI), vulgarmente conhecidas por lares, para alojamento dos séniores.

As instituições que funcionam de acordo com todos os protocolos legais, seja com comparticipação da Segurança Social ou totalmente particulares, não são suficientes para a procura. À margem, vão surgindo soluções “clandestinas” que são sempre o fim de linha no desespero de encontrar uma solução. O que os familiares não contam é que essas estruturas, sem as condições necessárias e sem profissionais do sector, se transformem no maior pesadelo das suas vidas e dos seus familiares.

No caso dos imigrantes em Odemira, desde logo as condições como são contratados - alguns têm até de pagar a intermediários, sem escrúpulos, para conseguirem trabalho- e depois as condições degradantes de alojamento, indignas para qualquer ser humano. Mais uma vez trata-se de exploração de pessoas em situação frágil.

Refiro-me a estas duas realidades, mas poderia abordar outras. Ficam para outra oportunidade.

O caminho para a resolução destes problemas é complexo e requer a intervenção de várias entidades. Penso que desde as Juntas de Freguesia, que são quem está mais próximo, até às Câmaras Municipais, a Segurança Social e o Governo, assim como a comunidade envolvente, todos têm responsabilidade.

É essencial criar sinergias para que os portugueses e os imigrantes que acolhemos, tenham garantias de saúde, segurança, educação, justiça e liberdade. São estes os valores em que mais devemos investir.

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