Por
Gazeta Paços de Ferreira

20/04/2021, 1:11 h

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DA RESPIRAÇÃO À MOBILIDADE PÉLVICA

Marta Gomes

Para Abril trago notas da relação que me atrai. O diafragma respiratório e o pavimento pélvico ou períneo.

É o diafragma que dá forma à nossa caixa torácica. É possível avaliá-lo só pela observação da morfologia da caixa torácica e da simetria ou assimetria com que se move durante os movimentos respiratórios.

O diafragma é um músculo inspiratório. Contrai na inspiração e relaxa na expiração. A expiração é um processo passivo mas podemos torná-la activa. Uma expiração ativa recruta músculos como os intercostais internos, abdominais e oblíquos. Ou seja, só através da respiração consciente já podemos trabalhar abdominal, postura e core.

Em termos de core, oblíquos e transverso abdominal são os responsáveis pelo controlo de equilíbrio. Uma alteração da grade costal irá altera comprimento muscular dos nossos músculos e, como consequência, a sua atividade, potência e centro de gravidade.

Existe uma correlação entre períneo e diafragma sendo esta visível nos pequenos movimentos do corpo durante a respiração.

As alterações neste correlação podem advir dos campos bioquímico, estrutural e emocional.

Uma energia pélvica bloqueada, uma bloqueio na fluidez diafragma-pélvis pode ser vista em pessoas que usam mais a mente, o racional, o discernimento, a lógica, o masculino.

Ao passarmos demasiado tempo na mente, na lógica, na análise, entramos num modo de defesa que nos confere à nossa base de suporte (a pélvis) a tensão necessária, o fecho, para nos manter à defesa, protegidos, seguros, controlados.

O pavimento pélvico é considerado um diafragma contraindo e relaxando em concordância com o diafragma respiratório. Quando inspiramos, o diafragma respiratório contrai e o pavimento pélvico desce relaxando. Quando expiramos, o diafragma relaxa e o pavimento pélvico contrai subindo.

Um diafragma tenso irá alterar a capacidade de contração e relaxamento do pavimento pélvico. Por esta relação um influência o outro. Um pavimento pélvico alterado (comum em cesarianas, pós-partos, bailarinas e outras actividades que implicam saltos, pessoas tensas, ansiosas ou outras condições) irá, também, influenciar a mobilidade diafragmática.

A respiração e o mobilidade pélvica diz-nos muito acerca da nossa postura na vida.

A energia pélvica, a mobilidade pélvica é uma energia essencial. É a base que precisamos, a base que nos move. Ao tomarmos mais consciência da nossa respiração e dos pequenos movimentos no nosso corpo durante esta, ao tomarmos mais consciência da pélvis e da respiração enquanto caminhamos, ao tomarmos mais consciência dos isquios, os ossinhos, nos quais nos sentamos estamos a estabelecer uma relação de fluidez e harmonia com o nosso corpo.

Ao assumirmos, reconhecermos o corpo que temos e trabalhando a relação com ele passamos a viver mais no presente, com menos tensão, menos posição de defesa e mais harmonia.

O nosso corpo é a nossa verdade.

Marta Gomes

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