03/03/2023, 20:00 h
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Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA
EDUCAÇÃO
Rosário Rocha
Quem me conhece, e à minha forma de trabalhar, sabe como gosto de fugir à ideia de que as escolas são “gaiolas”. Sou defensora de que a escola não é uma ilha e comungo do famoso ditado africano “é preciso uma aldeia inteira para educar uma criança”. Por tudo isso, gosto de dinamizar atividades abertas à comunidade, em horários que todos possam participar, principalmente as famílias.
Baile de Carnaval na EB de Arreigada
Após a feirinha de outono e o dia aberto à comunidade em novembro, realizamos uma fantástica ceia de Natal com as famílias em Dezembro. Em Fevereiro, no dia 17, lançamo-nos na aventura de organizar um baile de Carnaval. Foi um sucesso a todos os níveis! O pavilhão começa a ser pequeno para a afluência de pessoas. Mas, mais aperto para aqui, ou para ali, foi, sem dúvida, emocionante ver os nossos pequenotes a dançar com os papás, num convite meio surpresa. Era visível a emoção dos petizes e dos progenitores e isso enche-nos a alma.
Teremos mais atividades em horário pós letivo, fora do horário laboral, e abertas à comunidade (Dia do Agrupamento e Festa de Final do Ano) para que as famílias e a comunidade em geral possam participar. É uma forma de unirmos a comunidade, pois é nela que está inserida a Escola.
Direitos e Deveres
Sendo eu apologista da abertura das escolas, sinto-me também neste momento na obrigação de esclarecer alguns aspetos que, eu própria, provavelmente contribuí para que não fossem claros.
Costuma-se dizer que quando se dá uma mão, querem logo duas, e isso começa a acontecer nas escolas (e se calhar mea culpa).
Os pais têm o direito e o dever de participar na vida escolar dos filhos. Esta participação faz-se no dia a dia, no acompanhamento e verificação das suas aprendizagens, das suas atitudes e comportamentos. Faz-se, ainda, através da participação seja nas reuniões ou na integração dos órgãos da Escola, em que podem participar. Faz-se na articulação com os professores dos filhos, mostrando interesse na sua evolução. Os pais têm esse direito que também é um dever.
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Ultrapassagem dos limites
Esta é uma queixa que começa a surgir sistematicamente e que eu própria a faço. Perdeu-se a noção dos limites e, para a maioria das pessoas, nem lhes passa pela cabeça do que estou a falar. Pois é…
Também os professores têm, à semelhança de qualquer trabalhador, um horário de trabalho. No nosso caso são 7h diárias. Na Educação Pé- Escolar e no 1º Ciclo, começando às 9h, com a devida pausa para almoço, terminamos às 17h30. O grande problema que se põe é que, por uma questão de abertura e de facilidade, os professores deram os seus números de telemóvel aos pais e…alguns esqueceram-se que deviam ser usados em casos urgentes. Além dos telemóveis, na nova versão tecnológica, existem os emails. Em suma: não há horário de trabalho para os professores. Seja via telefone ou email, os contactos estendem-se durante o dia, durante a noite e ao fim de semana. Posso-vos dizer que recebi um telefonema (que obviamente não atendi), neste sábado, dia 24 de fevereiro, às 23h49. Pois é…pasmem-se!
O que quero realçar aqui é o seguinte:
Todas as reuniões fora do nosso horário, e essencialmente à noite; todas as atividades à noite ou ao fim de semana; todos os contactos fora do nosso horário, são trabalho voluntário e de boa vontade, não são obrigação! As nossas famílias também nos merecem!
E se os vossos patrões, colegas de trabalho, fornecedores e afins, vos contactassem sistematicamente fora do vosso horário, ou vos pedissem para ir trabalhar voluntariamente, iriam? O que diria a vossa família?
É um bocadinho nesta situação que estamos…culpa de alguns, é verdade, minha culpa também…eu sei J. Mas haja bom senso… e conseguiremos continuar a dar um bocadinho de cada um de nós em prol do bem estar de um todo.
Rosário Rocha
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