05/01/2023, 0:00 h
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Álvaro Neto
Editorial
A Gazeta de Paços de Ferreira entra no seu 72º ano de publicação e não pode deixar de desejar um bom ano a todos os seus leitores e amigos e també gostaria que o ano de 2023 fosse melhor do que o de 2022, mas, infelizmente, as perspectivas não são as mais animadoras.
Na verdade, tudo indica que a situação económica e social do país não irá melhorar.
A inflação vai continuar elevada, a estagnação da economia surge como o cenário mais provável, consequentemente o desemprego aumentará , Portugal atrasar – se - á em relação aos países europeus agravar – se - ão as condições de vida do povo português, especialmente daqueles já mais carenciados,.
Como temos vindo a acentuar nestes editoriais, a vida económica política e social portuguesa, assim como é europeia na sua globalidade, está a ser condicionada pela guerra na Ucrânia e pelos efeitos das sanções económicas impostas à Rússia pela União Europeia e pelos Estados Unidos.
Para se compreender esta situação, torna-se necessário conhecer a importância da Rússia como exportador, nomeadamente, de petróleo e dos seus derivados, gás, fertilizantes e de cereais e, por outro lado, verificar o grau de dependência da União Europeia destas exportações russas.
A Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo e o primeiro exportador de gás. Por seu turno, a Europa importava daa Rússia cerca de 41% do gás de que necessitava e 50% do petróleo.
Assim, Europa abdicando do petróleo e do gás russos, teve de procurar alternativas.
Desde logo – com a exclusão da Rússia dos mercados - a oferta vai reduzir-se e, naturalmente, os preços aumentam, de acordo com as leis do mercado. Então Europa virou-se para a importação do gás e do petróleo dos Estados Unidos (exatamente um dos objectivos que pretendiam com esta guerra contra Rússia na Ucrânia), que fica, naturalmente, muito mais caro.
A consequência desta opção europeia é a perda de competitividade das suas empresas no mercado global e o agravamento consequente da vida dos povos europeus.
Mas a Rússia também ocupava uma posição elevada nas exportações para Europa de cereais e de fertilizantes sendo o maior exportador de trigo, essencial à alimentação humana, e a suas exportações de fertilizantes representam 15% das exportações mundiais..
Deste modo, é a própria Europa que, ao excluír Rússia da suas importações, está a provocar o aumento significativo dos preços que se está a verificar no espaço europeu..
(Se esta é a causa, será difícil perceber onde estará a solução?)
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