17/03/2023, 0:00 h
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Educação Opinião ROSÁRIO ROCHA
OPINIÃO
Rosário Rocha
O dia Internacional da Mulher surgiu nos finais do Século XIX, início do Século XX, no contexto de luta por melhores condições de vida e de trabalho, bem como pelo direito ao voto por parte das mulheres.
Perspetiva pessoal
Sou Mulher e esta é uma data que, particularmente, não gosto. Entendo que historicamente tenha algum sentido. Podem dizer-me que é como o Dia do Pai, ou da Mãe, mas não é de todo.
Quando me dizem "Feliz Dia das Mulheres", a primeira coisa que respondo é "Dia das Mulheres é todos os dias". Já sei que nem todos pensamos igual e ainda bem.
Evolução do papel da Mulher
Tal como já referi, historicamente houve necessidade de criar a data ou o movimento e esta efeméride significa uma mudança. É impensável que uma Mulher não tivesse direito ao voto, por exemplo, pois é um ser tão pensante como os demais. Logo eu que sou tão crítica, seria castrador que não pudesse manifestar as minhas opiniões.
Quanto à melhoria das condições de trabalho e qualidade de vida, não sei até que ponto a evolução foi tanta assim.
Verdade que atualmente todas as mulheres podem frequentar os mesmos espaços que os homens, bem como ter acesso à educação e trabalho de igual forma. Comparando com os séculos passados houve evolução sim. Mas, será que, na maioria, as mulheres têm melhores condições de vida?
O que motivou esta minha reflexão
No sábado fui jantar fora com o meu filhote e observei, de forma reflexiva, o ambiente que me rodeava. O restaurante estava repleto com grupos de mulheres, ou alguns grupos (em menor quantidade) de homens. Concluí que, tendo sido o dia da Mulher à semana, aproveitaram o fim de semana para comemorar. O caricato: não havia mesa que não tivesse crianças. Em suma, comemoraram o Dia da Mulher, mas levaram os filhos! Parece que é indubitável o paralelismo entre Mulher e Mãe.
Pelo contrário, observei várias mesas só com homens, e deduzi que, eventualmente, as mulheres também terão organizado um jantar e eles optaram por fazer o mesmo. Mas, entre dezenas de mesas, apenas verifiquei um senhor, também num grupo, mas com uma filhota, talvez com menos de 2 anos e fiquei ali a observá-lo nas andanças pela sala atrás da pequenita, quando ela se cansou de estar sentada à mesa.
E, conclusão: mudaram assim tanto os direitos das mulheres?- pensei eu.
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Há muito caminho a percorrer...
Há muito caminho a percorrer para a igualdade de géneros, para a igualdade do Ser Humano. Quando digo que as condições de vida das mulheres não estão muito melhores, refiro-me a que, apesar de elas terem conseguido alcançar um lugar no mercado de trabalho, a sua vida não melhorou muito. Há muitos anos competia-lhes a vida doméstica e a educação dos filhos, enquanto os maridos exerciam uma profissão fora de casa e garantiam o sustento da casa e da família.
Hoje em dia trabalham igualmente fora e, por vezes, mais horas do que os maridos, mas a maioria tem que acumular com as funções de outrora: casa e família. Ou seja, há um duplicar de esforço.
Perdoem-me os maridos/homens que assumem igualmente as tarefas da casa, mas diz-me a minha experiência e o que vou ouvindo dos miúdos que são casos raros. Percebo, por exemplo, que além do trabalho fora, as mães se desdobram ainda na vida de casa e nos afazeres com os filhos (banhos, trabalhos de casa...). Basta, por exemplo, verificar qual a percentagem de homens ou mulheres que vão às reuniões de pais...Sem dúvida, a maioria é feminina.
Conclusão: é urgente que se continue a "partir pedra", E, apesar de haver quem não concorde, é importantíssimo que nas escolas se trabalhe a igualdade de género no sentido de igualdade de oportunidades, direitos e deveres. Claro que ficamos pela teoria se no espaço família não houver mudanças...
Não me chamem feminista, mas sim igualitária, e tenho sentido na pele o quão difícil é ser Mulher!
Rosário Rocha
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