12/07/2021, 1:40 h
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Margarida Barros Opinião Saúde
Os ataques de pânico são definidos como um período de medo intenso ou mal-estar acompanhado de, pelo menos, 4 de 13 sintomas físicos ou cognitivos (coração acelerado ou com ritmo intenso, sensação de batimentos cardíacos irregulares, tremores, formigueiros, dificuldade em respirar, tonturas, aumento da transpiração ou calafrios, sensação de morte iminente, medo de morrer ou de perder o controlo…).
Estes ataques têm, normalmente, início súbito, com rápido aumento da intensidade e duração de 20 a 40 minutos.
Para que exista uma Perturbação de Pânico é necessário a ocorrência de ataques de pânico de forma súbita e inesperada numa frequência que pode variar entre vários ataques no mesmo dia a poucos ataques num ano.
Portanto, os doentes com esta doença têm um estado de ansiedade inadequado face a situações do dia-a-dia que são completamente inofensivas para si ou para terceiros, mas que é de tal forma exuberante, que provoca sintomas físicos como os descritos. Estes sintomas são, posteriormente, identificados e interpretados de forma errada - catástrofe. Em termos de timing, os ataques de pânico podem surgir sem motivo aparente ou até mesmo surgirem durante o sono.
A Perturbação de Pânico pode ocorrer isoladamente ou com Agorafobia, isto é, ansiedade dirigida a locais ou situações das quais a fuga pode ser complicada ou a capacidade de obter ajuda não esteja disponível/acessível.
As pessoas passam, por conseguinte, a evitar algumas situações como estar sozinho na rua ou em casa, estar no meio de grandes confusões ou multidões, viajar de transportes públicos ou no próprio carro em situações de engarrafamento, autoestradas, etc.
Têm igualmente tendência a evitar situações ou locais onde tenham ocorrido ataques de pânico, realizando o que nós chamamos de evitamentos e fugas – mecanismos que perpetuam a doença e agravam-na. Estes evitamentos podem ser de tal ordem frequentes que os indivíduos mudam significativamente o seu comportamento e as suas rotinas deixando de fazer ou de estar presentes em situações que lhe são importantes.
É necessário distinguir situações em que não fazemos uma atividade ou recusamos convites porque não queremos, daquelas situações em que é a ansiedade a tomar essa decisão.
Esta doença está a aumentar, embora seja frequentemente subdiagnosticada. É importante estar atento a estes sinais e sintomas de forma a realizar um diagnóstico atempado. Se tratada tem um prognóstico muito favorável com ~80-90% das pessoas a responderem bem ao tratamento.
Margarida Barros, Psiquiatra
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