11/08/2025, 0:00 h
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LITERACIA FINANCEIRA
Por Raquel Silva (Economista)
Terminei o artigo anterior (que falava sobre a inflação) com as seguintes sentenças: “Esta realidade (a inflação) só torna urgente a necessidade de investirmos o nosso dinheiro. Se nos investimentos podemos perder dinheiro? Há a possibilidade. Se nos depósitos a prazo perdemos dinheiro? Há a certeza!”
Há muitas e variadas formas de investimento. Aliás, durante 10 artigos desta coluna, o tema foi sempre esse – Investimentos. No entanto, no que toca à Bolsa de Valores (o nosso tema de hoje) há ainda a ideia generalizada de pensarmos nela como um “bicho papão”, algo que só serve para perder dinheiro, ou algo que só está ao alcance de alguém muito inteligente e/ou formado na área financeira. Nunca se pensa nela como um instrumento ao alcance de praticamente qualquer pessoa.
No artigo de Maio de 2024, com o tema “Já alguma vez disse uma destas frases?”, abordámos uma série de mitos e “frases feitas” sobre questões financeiras. Um deles, o 4º, era o seguinte: “Investir na Bolsa é como jogar num casino”. Explicou-se que, ao contrário do casino onde reina a sorte e o azar, investir na Bolsa não é uma questão de sorte, mas sim de decisões fundamentadas e apoiadas em informações confiáveis. Ou seja – explicava-se no artigo – “por trás de uma decisão de um determinado investimento em Bolsa há (ou deve haver) um trabalho de investigação prévio de recolha de informação e documentação económica real e verificada acerca do sector onde se quer investir.”
Mas, afinal, o que é a Bolsa de Valores? A Bolsa de Valores é um mercado organizado onde investidores compram e vendem activos financeiros, tais como acções de empresas, títulos de dívida, ETFs, commodities e outros. É um ambiente onde empresas e investidores se encontram para negociar activos financeiros, com o objectivo de gerar valor para as empresas e retornos para os investidores. A Bolsa funciona como um ambiente centralizado e regulamentado, onde as negociações ocorrem de forma transparente e segura, intermediadas por (por exemplo) correctoras de valores ou Bancos. Os preços dos activos são determinados pela oferta e procura, ou seja, pela interacção entre compradores e vendedores. Outra das características da Bolsa é a liquidez (facilidade de trocar um activo por dinheiro): a bolsa oferece liquidez aos investidores, permitindo que comprem e vendam activos de forma rápida e eficiente.
Tal como já dito anteriormente, para tirar pleno proveito das suas potencialidades, o investimento em Bolsa determina que comece por se esclarecer e se informar. Este conhecimento deve visar múltiplos aspectos que não se cingem apenas ao activo em que vai investir. Por exemplo: quais os riscos desta compra específica? É sabido que existe uma relação inversamente proporcional entre rentabilidade e risco. Nos investimentos em Bolsa, há mesmo a possibilidade de perda total do capital.
É importante também ter uma noção clara sobre a dinâmica do mercado e perceber que há factores (e identificá-los) que podem influenciar (negativamente ou positivamente) as oscilações de preço. Estes factores podem ser os mais diversos e, muitas vezes, sem ligação directa ao mercado de capitais. Por exemplo, a pandemia de Covid-19, sendo algo externo ao mercado, teve um profundo (e negativo) impacto na Bolsa.
Bom, e o que é que a Bolsa de Valores tem a ver com o mercado que há todos os Sábados no Parque Urbano da nossa cidade? Descubra no próximo artigo!
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