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Gazeta Paços de Ferreira

26/10/2025, 0:00 h

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Sou jovem

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OPINIÃO POLÍTICA

E hoje, deixo de lado qualquer militância ou bandeira partidária para fazer aquilo que, tantas vezes, parece impossível: gritar bem alto num país que raramente ouve.

Por Rodrigo Rodrigues (Vice-Presidente da Comissão Política de Paços de Ferreira da JSD)

 

Fala-se muito em apoiar os jovens. Criam-se medidas, lançam-se apoios monetários, multiplicam-se discursos com promessas sedutoras. Mas falta o essencial: tempo, escuta ativa e aceitação verdadeira. Falta reconhecer que num corpo jovem habita mais do que “potencial económico” — habita vida, vontade, ímpeto de mudar.

 

Nos jovens vive o entusiasmo pelo que parece impossível, o espírito inquieto que desafia o “sempre foi assim”. No entanto, em vez de encontrarmos ouvidos abertos, encontramos indiferença… e, demasiadas vezes, sarcasmo disfarçado de experiência.

 

“Quero o melhor para os jovens.”

“Precisamos de mais jovens.”

“Os jovens são o motor da economia.”

 

Frases bonitas, repetidas como slogans ocos. Mas pergunto: que parte da juventude realmente querem?

 

Querem as ideias novas ou apenas a energia para lutar pelas velhas? Querem o nosso pensamento fresco ou apenas as nossas mãos cansadas ao serviço de estruturas imutáveis? Querem o nosso entusiasmo para inovar ou apenas para alimentar um sistema envelhecido que teme ser desafiado?

 

 

 

 

É que, na prática, quando os jovens ousam propor mudanças, enfrentam frequentemente resistência silenciosa, paternalismo e uma cultura política e social que valoriza mais a antiguidade do que a competência. O “espera a tua vez” tornou-se um muro invisível que adia sonhos e sufoca ideias.

 

Vemos jovens a sair do país não por falta de talento, mas por falta de espaço. Jovens com ideias transformadoras que ficam pelo caminho, não porque falharam, mas porque nunca lhes foi dada a oportunidade real de tentar. É mais fácil manter o status quo do que abrir portas a novas formas de pensar.

 

Portugal precisa urgentemente de entender que a juventude não é um acessório de campanhas políticas nem um cartaz simpático de futuro. Somos presente. Somos pensamento crítico, inovação e energia. Mas para isso, precisamos que nos levem a sério — não apenas enquanto força de trabalho barata ou combustível para estatísticas económicas, mas enquanto agentes ativos de mudança.

 

Já o disse antes e volto a afirmar, com a firmeza de quem acredita: Portugal nunca será um país verdadeiramente próspero enquanto a mentalidade não mudar.

 

E essa mudança não começa com mais um programa ou subsídio. Começa com algo mais simples e mais corajoso: ouvir os jovens, dar-lhes espaço real e acreditar que o futuro se constrói com ideias novas — não com o reaproveitar do passado.

 

 

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