25/10/2025, 0:00 h
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Desporto Opinião Pedro Queirós
DESPORTO
Por Pedro Queirós
Dois jogos em casa: Vitória com um golo aos 91’ frente à Irlanda; empate contra a Hungria com golo sofrido também ao minuto 91.
Contra a Irlanda, o jogo foi de sentido único e Roberto Martinez valorizou a capacidade da equipa de impedir investidas adversárias. Puxou a brasa à sua sardinha. O que era realmente necessário ouvir era a justificação para não conseguir (ou conseguir tão tardiamente) furar a parede defensiva irlandesa.
Contra a Hungria, e todos concordamos não ser um adversário de primeira linha, a história foi bem diferente. Os húngaros fizeram dezassete remates à baliza de Diogo Costa, dois dos quais acabaram dentro da baliza.
O mesmo Roberto Martinez disse que o jogo de Portugal não é de cariz defensivo. Tem razão. Mas então porque razão baixou as linhas na parte final e abdicou de ter a bola?
Da mesma maneira que o futebol da nossa seleção não passa por defender baixo, também não se constrói através de bater bolas na frente.
Vamos então nós ser pragmáticos: a jogar em casa e a saber que a vitória dava o apuramento, Roberto Martinez tomou o jogo como garantido.
As substituições foram péssimas, partiram a equipa - e daí o pontapé na frente ao invés de progredir com bola.
O selecionador estava no simulador, num FIFA ou Football Manager, em que já sabemos as substituições que vamos fazer mesmo antes do jogo começar. Só uma lesão ou uma expulsão é que mudam o que está previamente definido.

O apuramento não está em causa. Não foi agora, vai ser na próxima paragem internacional. É preciso ter atenção a estes pormenores. Estamos a meses do campeonato do mundo e em risco de desperdiçar uma das melhores gerações de sempre, porque o treinador não tem unhas para agarrar este Fórmula 1.
E já chega de justificações estudadas e de tentar agradar a todos. Isto é futebol. A linha entre o politicamente correto e a sonsice é muito ténue.
Precisamos de um selecionador que assuma com clareza as suas escolhas, os seus erros e os seus méritos.
Em todas as convocatórias vem a conversa de que A, B ou C estão perto da seleção e depois é o que se vê. Não me esqueço de que só lhe faltou chorar por não levar Ricardo Horta ao europeu… a partir daí, nunca mais se lembrou do homem.
E aqui não está em causa se devia ou não ir, está em evitar polémicas e críticas desnecessárias.
Vai quem ele achar melhor e depois o resultado dá o veredicto sobre o seu trabalho.
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