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Gazeta Paços de Ferreira

02/08/2025, 10:00 h

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A bengala do Chega

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OPINIÃO POLÍTICA

As eleições foram apenas em maio, mas a nova AD reforçada já demonstrou o que pretende desta legislatura. O foco deste governo não será a economia, saúde ou habitação, mas sim o retrocesso do país.

Por Filipe Rodrigues Fonseca (Engenheiro Informático e Militante do Livre)

 

Desde a educação sexual aos direitos das mulheres grávidas, foram muitos os “cortes” deste novo governo, onde só os problemas reais dos portugueses foram ignorados.

 

A disciplina de Cidadania e Desenvolvimento foi essencial na preparação de milhares de jovens, abordando temas como Direitos Humanos, educação ambiental e desenvolvimento sustentável. Considerando que a violência doméstica continua a ser o crime mais reportado e que mais mortes causa em Portugal, as aulas de Cidadania eram um espaço seguro onde os alunos aprendiam sobre como identificar estes casos e como agir caso identificassem vítimas dos mesmos. Mas este governo decide que o tópico deve ser “educação dada em casa”, retirando estas ferramentas dos conteúdos da disciplina. Ou seja, conseguiu resolver um problema que não existia na educação, ignorando por completo o número de alunos que não têm aulas todos os anos letivos e focando-se no que realmente importa: ceder às ideias do Chega.

 

 

 

 

Esta cedência ao Chega demonstra o que são as prioridades da AD: seguir uma linha de retrocessos sociais, esperando depois, por alguma razão desconhecida de todos, uma aprovação do PS aos Orçamentos de Estado. Se, porventura, o PSD poderia ser considerado um partido de centro-direita, as políticas implementadas nos últimos meses de caráter social provam o contrário, afastando-o das suas raízes sociais.

 

Os recuos não pararam na educação, avançaram para a área dos Direitos Humanos também. Na semana passada, o governo anunciou a retirada dos três dias de faltas por luto gestacional. Após a perda do embrião, a mulher podia faltar ao trabalho nos dias seguintes sem ter um corte no vencimento, permitindo fazer o luto gestacional. Com falta de médicos de família, urgências constantemente encerradas e médicos perto do burnout, o governo decide como prioridade retirar este direito da população, impedindo o luto pela perda do feto.

 

Para um governo teoricamente social-democrata, o PSD demonstra novamente uma inexistente componente social. Com uma aproximação assustadora às políticas da extrema-direita, a população vê-se obrigada a pensar: “Qual é o direito que perderei a seguir?”. No fim de contas, o “não é não” foi apenas mais uma das muitas mentiras de Montenegro, provando que a AD se tornou a bengala do Chega.

 

 

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