03/07/2025, 8:57 h
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Destaque Editorial Álvaro Neto
EDITORIAL
Por Álvaro Neto (Diretor da Gazeta de Paços de Ferreira)
Estas palavras, escritas por Mark Rutte, Secretário-Geral da NATO ao Presidente dos EUA (“papá Donald”) resumem perfeitamente o “nível” dos actuais dirigentes europeus, que na Cimeira de Haia, se curvaram, “respeitosamente”, perante os ditames/ameaças do presidente americano.
Estava em causa reorganizar o financiamento da NATO, que Trump veio impor que cada país integrante passasse a pagar 5% do PIB, quando actualmente a maioria dos países não atinge os 2% e os próprios EUA apenas pagam 3,2%, quando são os maiores beneficiários dos “serviços” da Organização.
Embora seja um aumento brutal, o certo é que apenas Felipe Suarez, primeiro-ministro espanhol, não” alinhou”, afirmando que a Espanha não iria além dos 2%.
Foi a oportunidade para Donald Trump lançar uma das suas típicas ameaças: “São o único país que não vai pagar tudo. Vão manter-se nos 2%. A economia deles está a ir muito bem, mas pode implodir se algo de mau acontecer. Vamos negociar um acordo comercial com Espanha e vamos obrigá-los a pagar o dobro.”
O Governo português “deu uma de forte” e integrou coro dos 5%, apesar de em 2024 ter investido em Defesa apenas entre 1, 46% e 1,58%.
No ano passado 1% do PIB em Portugal correspondia a 2,84 mil milhões, o que significa que investir 5% do PIB implicará gastos na ordem dos 14,2 mil milhões.
Uma pergunta pertinente se deverá colocar: onde irá Portugal buscar tanto dinheiro?
(Tente-se fazer esta pergunta a Luís Montenegro.)
“Estou até curioso para ver como é que isto vai ser absorvido sem haver opções. Pessoalmente, acho que é impossível sem haver uma alteração muito substancial do modelo de Estado” - Azeredo Lopes, ministro da Defesa no Governo de António Costa de 2015 a 2018.
Outra questão pertinente se coloca: justificam-se estes aumentos nos gastos com a Defesa?
É certo que se vem criando um clima de medo transformado em arma política, para acabar com o Estado social europeu.
Mas o certo é que até não existem razões para esse medo: a Rússia não ameaça a Europa.
O rearmamento visa apenas satisfazer mais umas negociatas com os vendedores de armas americanos.
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