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Gazeta Paços de Ferreira

21/05/2025, 10:09 h

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UM OLHAR SOBRE AS ELEIÇÕES

Opinião

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS 2025

Desengane-se quem acha que num ápice apareceram fascistas em cada esquina do país. Nada disso, simplesmente, um dos valores da democracia é a liberdade e muitos têm vindo a usar essa liberdade para se expressarem e manifestarem.

Os resultados das eleições legislativas do passado domingo levam-nos a grandes reflexões.

Nasci livre, filho de uma democracia para a qual muitos lutaram, como por exemplo, o meu ídolo de sempre, meu querido pai.

Cresci a ouvir falar, na CDU, no CDS, no PS e no PPD/PSD. Ainda sou do tempo em que nos boletins de voto, só apareciam estas quatro forças politicas e o equilíbrio era notório, com dois partido de Direita e dois partidos de esquerda.

Mas se nasci livre, também não é menos verdade, que nasci numa democracia débil, ainda bebé e ainda amarrada a muitas circunstâncias que o anterior regime lhes impunha.

Hoje, olhando às minhas quatro décadas e meia de vida, constato que os mais conservadores, aqueles que já viveram mais do que eu, ainda incutem o medo aos outros. O medo de falar, para não sofrerem represálias, as mesmas que sofriam.

Mas como esses são cada vez menos, chegamos a um momento em que parece que os valores da democracia estão a desaparecer, dando lugar a novas ideologias.

Contudo, há situações com as quais eu não concordo. Portugal, não mudou tão radicalmente, como se faz parecer crer. Portugal não perdeu os valores da democracia. É verdade que temos registado alterações significativas na sociedade. Isso é um facto e é crucial fazer-se uma reflexão.

Muito se fala da imigração, do clima de insegurança que o país atravessa, devido a entrada desenfreada de pessoas oriundas de outros países. Perante este cenário, eu pergunto: - Será correto o tratamento que estamos a dar a essas pessoas, sabendo que também nós Portugueses, temos mais de 1 milhão de emigrantes?

Aqui, tal como em muitos países do mundo, os imigrantes não têm tirado trabalho aos portugueses, bem pelo contrário, têm vindo a ocupar cargos, que o povo português tem vindo a esbanjar, ora porque não queremos trabalhar por turnos, ora porque não queremos trabalhar ao fim de semana.

Este é um facto.

Caminhamos para gerações futuras que só vão querer empregos mais liberais, de preferência do setor terciário.

Ainda relativamente ao dito problema da imigração, dou o exemplo de Paços de Ferreira. Um concelho onde já se encontram pessoas de 28 nacionalidades distintas. No entanto a criminalidade não tem aumentado. O concelho mantem-se seguro.

Neste concelho, são estes imigrantes que ultimamente, de forma humilde, têm vindo a aceitar os empregos mais rudes, com horários mais rudes. Têm vindo a fazer aquilo que também nós fazemos, quando vamos para outro país.

Por aqui se vê que a imigração, por si só, não é o maior problema para a sociedade portuguesa. Aquilo, que tem revoltado o povo português, é a forma como os imigrantes têm sido apoiados, ao entrar no nosso país.

Também aqui, a população não entende que devemos ser justos, permitir que na sociedade ninguém fique esquecido e para trás. É isto que falta ao mais comum e humilde cidadão deste país entender.

Mas há mais. Os últimos anos, tem vindo a aumentar o número de políticos envolvidos em escândalos. É imperial que os políticos deste país, comecem, de uma vez por todas, a ter uma vida governativa isenta, pois só assim conseguirá convencer o eleitorado.

Enquanto andarem a jogar ao caça caça, vão dar cada vez mais, aso a que a população se desinteresse pela política ou, em alternativa, comecem a aparecer, cada vez mais, partidos novos, que mais não são, do que simples cidadãos indignados com o papel desempenhado pelo políticos, principalmente das principais forças politicas, PSD e PS.

Desengane-se quem acha que num ápice apareceram fascistas em cada esquina do país. Nada disso, simplesmente, um dos valores da democracia é a liberdade e muitos têm vindo a usar essa liberdade para se expressarem e manifestarem.

Termino com uma sugestão.

Não estará na hora de introduzir uma disciplina nos programas do secundário, vocacionada para as questões politicas?

Da minha parte, julgo que sim.

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