Tempo de Concretizar

Está praticamente concluída a instalação dos novos autarcas, resultante das eleições de 12 de outubro. Este é, por isso, o momento oportuno para refletir sobre o que foi feito, o que foi prometido e, sobretudo, o que há agora a concretizar.

As recentes eleições autárquicas representaram uma oportunidade para o debate e a circulação de ideias que, esperamos, se transformem em ações concretas. O período eleitoral foi fértil em promessas, diagnósticos e projetos. Chegou, portanto, a hora de traduzir os programas eleitorais em orçamentos e planos de execução que respondam às reais necessidades das populações.

O novo ciclo autárquico traz mudanças significativas. Verificou-se a perda de um número considerável de freguesias pela força política dominante no executivo municipal, enquanto os independentes para a freguesia de  Lamoso apenas um voto os separou da vitória.
 

Essas alterações revelam que, na política local, mais do que as orientações partidárias, conta a proximidade com a terra e as suas gentes. A confiança do eleitor constrói-se no dia a dia, através do trabalho visível e da capacidade de resposta aos problemas concretos.

As negociações para a formação dos executivos e das mesas das assembleias de freguesia mostraram que o consenso nem sempre é fácil, mas é indispensável para uma governação eficaz. A presidência da Assembleia Municipal, por exemplo, gerou alguma polémica: embora o PS tenha obtido mais votos, perdeu a maioria devido à entrada de novos presidentes de junta e deputados de outros partidos.
 

Resta agora perceber se a Assembleia Municipal assumirá um papel mais ativo e fiscalizador do executivo — um papel que é essencial numa democracia local saudável.

Espera-se, também, que as sessões autárquicas ganhem em objetividade e utilidade pública. As longas discussões e os pedidos de satisfações pessoais, que em nada interessam à população, devem dar lugar a debates produtivos e a decisões que melhorem a vida dos munícipes.

Chegou, enfim, o momento de transformar a retórica eleitoral em ação concreta. Depois das promessas, dos discursos e das disputas partidárias, é tempo de trabalhar — com seriedade, transparência e compromisso com o interesse comum.

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