28/06/2025, 0:00 h
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Cultura Opinião Abílio Travessas
CULTURA
Por Abílio Travessas (Colunista e Professor aposentado)
Anais do Club Militar Naval, Julho-Setembro 1949, foi comprado ou em alfarrabista ou na Feira da Ladra. Agora, por estas cidades e vilas, encontramos Feiras de Antiguidades, onde sempre há alguma coisa interessante, a oferta é grande.
Um jugo (canga?) minhoto trabalhado com arte, que teve o contrapeso dum ferro de engomar industrial tal o seu peso, balanças várias, livros; o último, que me atraiu pela capa de Ribeiro Pavia, Fonte da Telha, do camilista Alexandre Cabral.
O exemplar dos Anais traz artigo de Avelino Teixeira da Mota – Para além da sua profícua carreira militar, o Almirante Teixeira da Mota contribuiu, de forma proeminente, para a renovação da historiografia portuguesa da segunda metade do século passado. Com uma produção escrita assinalável, as áreas por si abrangidas passam pela Cartografia, História, Geografia, Antropologia ou Etnografia, entre outras. – Em A Primeira Viagem de Circum-Navegação – Estudo Náutico e geográfico – Notas sobre a historiografia da expansão portuguesa e as modernas correntes da investigação africana.
Neste artigo, Teixeira da Mota refere o Prof. Monod “saahriano consumado, (que) publicou um livro sobre as suas explorações” e “traduziu a seguinte passagem que nos diz respeito”: “No séc. XV, nova revolução sahariana: depois do camelo o europeu. Os pacíficos Ictiófagos do Sahara atlântico souberam alguma vez da existência dum império romano? É muito duvidoso, mas, agora, iam aprender à sua custa, num dia do ano de graça de 1441, da existência dum reino cristão de Portugal quando um punhado de piedosos bandidos veio trabalhar entre eles, pelo roubo, o assassinato e a razia, naquilo que se convencionava chamar então a “expansão do reino de Cristo”.
“Em cada desembarque, na praia de Lagos, cenas horripilantes se produzem quando as famílias são divididas e o cronista oficial (Gomes Eanes de Zurara, nota minha) mostra-nos as mães segurando com os dois braços os filhos sem parecerem sentir, enquanto não eram separados, os golpes de que eram alvos.
“Entretanto o Infante D: Henrique montado num possante cavalo, pensava com grande prazer na salvação destas almas que até ali estavam perdidas”.
Tão incensado, elogiado, foi o Infante, porque foi um vencedor, o irmão D. Pedro, duque de Coimbra, um vencido em Alfarrobeira: É fartar, vilanagem! gritou, antes de morrer, Vaz de Almada, fiel amigo do Infante das Sete Partidas.
Lídia Jorge no 10 de Junho: Somos descendentes do escravo e do senhor que o escravizou. Por aqui ninguém tem sangue puro.
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