Por
Gazeta Paços de Ferreira

16/06/2021, 8:38 h

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Croniquetas em tempo de lamber feridas | 10. A doente que foi para casa

Cultura

No pavilhão havia uma grande consola de onde era controlado todo aquele movimento covidário, no meio daquela trintena de ‘pacientes’. Andavam à procura de uma senhora. Ninguém, porém, respondia. Nada. Ninguém! Mistério…

Na consola a funcionária decide ligar para o número de telefone da utente:

– É a senhora D. ….?

– Sim, sou eu!

– A senhora está onde?

– Em casa. Acabo de chegar a casa!

Silêncio! – percebi que a funcionária absorvia atónita a informação. Reagiu:

– Mas a senhora não estava aqui no pavilhão do São Francisco Xavier?

– Estava, mas vim-me embora! Não estava aí a fazer nada!!!!

– Ó minha senhora, a senhora vai ser internada no Santa Maria, agora! Tem de estar aqui. Tem de voltar…

Agora o silêncio era do outro lado. Parece que meio comprometido… Insiste a funcionária:

– Tem aí alguém com quem eu possa falar?

– O meu filho!

– Então passe-lhe o telefone, por favor!

Eu ouço isto e fico de boca espantada. Há mesmo gente estranha…

Lá se negociou o regresso da doente ao covidário. Pensei para comigo: mais valeria ela ir ter convosco ao Santa Maria! Poupava-se uma viagem. A insanidade das pessoas não tem mesmo limites!!!!!!!

Eduardo Ribeiro, Licenciado em Direito Aposentado

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