Carlos Martins, Diretor Desportivo - O Freamunde irá fazer um excelente campeonato

Carlos Martins é o diretor desportivo do Sport Club Freamunde. Após ter obtido a sua formação desportiva neste clube do seu coração, capitaneado a sua equipa principal durante um bom par de anos, no final de 35 anos por campos pelados, relvados, balneários, regressa às origens para assumir funções diretivas.

Assim granjeou uma experiência singular que lhe tem sido muito útil para o exercício da atividade de diretor desportivo, nestes dois últimos anos que aceitou sob a liderança de Hernâni Cardoso, para levantar clube, que passava por extremas dificuldades desportivas e financeiras.

No entanto arregaçou as mangas para levar a cabo essa hercúlea tarefa, embora não se precipitasse, apesar de o tempo urgir, pois pretendia formar o plantel privilegiando o regresso de ex-juniores do clube, que militavam noutras coletividades.

De cerca de 20 contactados, conseguiu fazer regressar 14 construindo uma equipa com cerca de 70% de miúdos da formação freamundense.

A opção mostrou-se interessante. Aos jogadores foi lhes incutida a ideia que não estava em causa os resultados, mas, fundamentalmente, a sua atitude nos treinos e dentro do campo.

Não tinham de ganhar, mas deixar tudo dentro do campo

- Nunca lhes foi dito que tinham de ganhar - garante Carlos Martins - mas que tinham de deixar tudo dentro do campo.

E isso fizeram.

sentiu-se necessidade de reforçar o ataque, que era um setor que mostrava muitas debilidades

- A equipa jogava bem, adianta Carlos Martins, que refere, com agrado, o impacto que esta atitude teve na massa associativa, que apoiava com grande entusiasmo a equipa e a galvanizava, a ponto de alguns adeptos e associados começarem a sonhar com mais altos voos.

No entanto, as limitações eram claras e, assim, no presente ano, sentiu-se a necessidade de se fazerem algumas alterações e suprir, dentro da medida do possível, as insuficiências verificadas.
No presente ano, a preponderância dos miúdos da formação não é tão elevada, pois havia jogadores que precisavam de jogar mais, dadas as exigências da competição na Elite, e outros, que, pela sua idade (havia nove com apenas 19 anos) precisam de ganhar experiência.

Por outro lado, sentiu-se necessidade de reforçar o ataque, que era um setor que mostrava muitas debilidades, o que foi feito com atletas, que dão garantias de cumprir bem a função.

Objetivo: fixar-se nos quatro primeiros

A equipa tem como objetivo fixar-se na classificação até ao quarto lugar, embora não sejam conhecidas ainda a constituição e o valor das equipas adversárias.

Carlos Martins avança, no entanto, que as mais difíceis de superar, serão Rebordosa, Alpendurada e Vila Meã, que têm um potencial financeiro muito mais elevado do que o Freamunde.

- São na verdade clubes que apresentam muito maior capacidade financeira do que nosso - reconhece Carlos Martins, que, por outro lado garante que o sócios irão ter muitos motivos de alegria, pois a equipa está recheada de atletas, que, embora jovens, apresentam muito valor e que irão tirar muito proveito dos colegas mais experientes, que ingressaram na equipa, e da superior orientação de uma equipa técnica muito competente.

Jogar sem publico é um grande desafio

As condições em que a equipa irá ter de jogar - sem público nas bancadas - constituirá um grande desafio, pois exigirá dos atletas mais concentração.

- Os jogadores não podem achar que estão apenas num treino – observa.

- A presença do público galvaniza o jogador - diz Carlos Martins, do alto da sua experiência de dezenas de anos a pisar relvados - Com a assistência nas bancadas o jogador sente-se mais jogador.

Na sua opinião, a eventual transmissão televisiva dos jogos não substitui, no ânimo dos atletas, o estímulo que vem da presença dos associados e adeptos nas bancadas, com o calor da sua adesão, da sua paixão e entusiasmo.

Carlos Martins termina a nossa conversa afirmando, perentoriamente, que o Freamunde irá fazer uma excelente campeonato.