17/11/2023, 0:00 h
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OPINIÃO
Por Ricardo Jorge Neto
OPINIÃO
Em 1963, o jardim zoológico de Bronx, em Nova Iorque, realizou uma inusitada e tenebrosa exposição. Recolheu os animais mais perigosos à face da Terra, e colocou-os em exposição com todas as cautelas, precavendo os visitantes de qualquer ataque destas truculentas feras. Entre as mais diversas espécies ferinas, encontrava-se a jóia do evento, aquele que está colocado no pináculo da crueldade animal. Temido por todos, é capaz das mais insensíveis maldades, desde dizimar espécies inteiras, a matar crias da sua própria espécie, sem qualquer demonstração de sentimentos. A sua crueldade é tal, que no ranking dos animais mais perigosos para si mesmo, alcança um ‘honroso’ segundo lugar no pódio, logo atrás do seu maior assassino… o mosquito!
Ao encaminharem-se para ver o animal, os visitantes sentiam o medo a entranhar-se nos pensamentos, engolindo em seco de forma irrefletida. Já perto da jaula, o visitante olhava, e via a sua própria imagem num espelho…
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O objetivo desta experiência era provocar as pessoas, fazendo-as refletir! Contudo, 80 anos depois, verifica-se que a única reflexão realizada, veio apenas do espelho. Prova disso são os diversos conflitos, que pelo mundo eclodem, causando sofrimento e morte a milhões de pessoas. Neste momento, e ao contrário do que se pensa, não existem duas guerras, existem várias, mas uma tem centralizado a minha preocupação. Desde que o conflito Israelo-palestiniano, se extremou no último mês, já morreram mais de 3.000 crianças palestinianas, um número que supera as mortes de crianças em conflitos, no ano de 2022, que foi de 2985 crianças, segundo a ONU.Mas para mim bastaria morrer uma, para que o mundo devesse parar para refletir! Mas as guerras nunca irão parar, porque estas não atingem todos de forma igual, assim como foi a COVID-19. Quanto a pandemia apareceu, esta não escolheu raças, géneros, idades ouclasses sociais, contaminava qualquer um, e isto fez o mundo parar, e unir-se para lutar contra um vírus que o ameaçava. Passada a pandemia, os lirismos decorrentes da dor coletiva das redes sociais, não gerou a tal bondade universal, e as guerras que afetam apenas alguns,continuaram!
A sede de poder e de lucro, fazem das guerras um meio necessário, para que aqueles que vivem delas, mas bem afastados das mesmas, possam atingir os seus objetivos. Porque, no fim de contas, estes homens que comandam as nações são eles verdadeiramente, os animais mais perigosos no mundo! Pena não terem um espelho que lhe diga isso… ou talvez o tenham, mas à semelhança daRainha Má da história da Branca de Neve, apenas questionam o espelho, sobre quem é o mais maléfico governante do mundo.
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