A arte do tricô está muito enraizada na nossa cultura. Um único fio entrelaçado com duas agulhas a partir de duas variações de pontos. Acredita-se que surgiu no Médio Oriente, mais especificamente no Egipto, onde consta-se que a técnica era feita com a ajuda de ossos ou pedaços de madeira. Alguns anos mais tarde, os belgas levaram a técnica aos ingleses, onde as mulheres começaram a produzir meias e cachecóis para proteger os seus maridos e filhos contra o frio do inverno, por este motivo o tricô ficou relacionado com essa estação.
Com o crescimento exponencial do mercado da moda, nos anos 70, o tricô artesanal ganhou um lugar marcante, que permanece até hoje em diversas culturas ao redor do mundo.
Nos dias de hoje, vem ganhando mais espaço na moda sustentável, já que é uma técnica que permite a reutilização de fios e a criação de peças duráveis e atemporais.
Em Portugal, temos algumas referências desta arte, tais como a tradicional e ícone da Povoa de Varzim, a Camisola Poveira que é fabricada a partir de uma técnica de tricotagem ancestral, cujo ensino urge preservar e promover. Atualmente, esta peça de artesanato têxtil também é vista como um artigo de moda, levando aos quatro cantos do mundo o nome de Portugal.
Apesar de ter sido ultrapassado por processos mecânicos e industriais, a verdade é que o tricô manual voltou a estar na ribalta, ora como passatempo, ora como negócio. Além de ser uma técnica versátil, é considerada uma atividade relaxante e terapêutica que pode ajudar a reduzir estados de stress e ansiedade.
Para mim, será sempre sinónimo de casa, vai-me sempre transportar à doce memória de estar com a minha avó paterna e observá-la a tricotar em tranquilidade. Recuperando esta arte com história, surgiu um projeto de uma conterrânea, as “Meadas Handmade”, onde tudo é feito à mão e com apreço. Desta forma, convido-vos a conhecer este projeto que comprova que tudo pode ser passado de geração em geração, quando feito com amor.